segunda-feira, 10 de agosto de 2009

sabe? fé em quê?

bem... aproveitando a brisa matinal que vem do oeste, o aroma de café do vizinho trazido pelo vento, eis que surgem novas (seriam novas mesmo?) indagações:

uma lagrima vertida,
se debruça de um dos olhos
o direito,
encaro isso como um bom presságio
pois apenas a outra vista
se habituara a chorar nestes últimos meses...

o melhor sinal disto,
é que se tratava de uma lágrima diferente
não tinha sabor de tristeza, mas sim de alívio e esperança!
confirmando assim, o tal ditado:
"depois da tempestade, sempre vem a bonança..."

gostaria que fosse diferente
que meus dias sempre sorrissem para mim
acordar alegre, transbordando algo lilás,
me enchendo de novas promessas e lembranças

mas não, minhas ilusões são cinzas, sombrias e amargas
fujo da técnica, do convencional, das respostas prontas
assim me aproximo do patético e me distancio da beleza
gostaria de ser um poeta, pois apenas finjo
talvez seja esse o meu maior dom

diante desta constatação decido pela sinceridade
há algo em mim de bom, pena que calado
sinto muito por sentir de tudo um pouco
e mesmo assim, ou talvez por causa disso,
o tudo e o todo me pareçam tão distantes

a lógica me confunde com metódica eficácia
o sentimento me domina, abrupta e impiedosamente
poderia, deveria ou gostaria
de colocar cor nessas linhas
só que elas não falam por mim

e, pensando fundo, naquele momento
em que cessam as mentiras
desmontam-se os palcos
ou cicatrizam as chagas
surge uma resposta

talvez eu prefira assim
não sei o que sou
o que faço aqui
por onde vou
e por isso erro tanto

pois gosto de vagar, divago sobre isso
mesmo que esteja parado, sentado, caminhando
diante dos outros, preso em sonhos ou cenas repetidas
e por mim vividas, espelhadas em momentos alheios

mesmo não indicando sentido concreto
como tudo o que fora por mim agora escrito
minha fé repousa onde piamente confio
e o importante nisso tudo é não desacreditar

na realidade não há outra saída, creio eu
o bilhete é unico, pessoal e intransferível
e a viagem, apesar de eterna, é só de ida.

paz e amor a todos os seres humanos





Um comentário:

  1. Esse passagem que nos faz únicos em nosso caminhar ímpar e nos une com outros pares, nos alimenta em indagações e divagações. Ser é muito pouco, crer é pra poucos, viver é necessário.
    "a vida é curta, mas não é pouca" (Ludov)

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