terça-feira, 5 de outubro de 2010

por mais a mais (ruptura confessional)

introdução:
"quem me guia são meus guias. pelos meus santos, orixás e demais forças da natureza sou guiado e por todos abençoado!"



mesmo o mais forte santo
em algum momento acaba em pranto
portanto, por tanto e por tudo
aquilo que não lhe disse
por realmente esperar que você partisse

por mais a mais
de tudo o que for capaz
ou por todo o sentido insensível
do que intuía há tempos atrás,
mesmo incapaz de traduzir o indecifrável do nada

assim prossigo e carrego a espada embainhada
e, ao longo dessa vã jornada uns me veem,
apontam, criticam, condenam, com veemência
me consideram um condenado, fracassado,
pobre coitado com o ego inflado
com sorte, talvez um poeta pressentindo a demência cotidiana
mesclada à doença dessa tal pseudo-sapiência humana

não espero que isso lhe convença
afinal, na maior parte do tempo sou ingrato
desarranjo o arranjo cósmico orquestrado
lado a lado, se mostrando mais e mais patético
aliado ao suposto consentimento do cético

aquele ser sempre trôpego, do tipo que se desequilibra
amparado pela rigidez dogmática da ciência
mas, contraditoriamente, a este cenário futuro
no presente escrevo, contesto e lhes presenteio

escravo das palavras e teclas, transbordo
emoções, desejos ou sonhos pelas bordas dos poros
fundindo-os e me confundindo com o que sou

assim, no fundo, é (ou acaba sendo)
bem mais do que isso,
o tudo-e-o-nada se resumem a:
de onde vim, por que permaneci e para onde vou?

e quem disse que vou?
melhor ficar na dúvida e por mais, ter algo a mais
ainda há mais a fazer, muito pelo que morrer
e somente assim ter como me redimir, voltar a sorrir

devo me fortalecer em novas lutas,
ou então conseguir a benção da lua
para então voltar a mim,
por mais coração ou menos razão a mais
tanto faz, desde que haja algo demais
que devolva a minha paz
(rodrigo cruz - 05/10/10)



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