sábado, 22 de agosto de 2009

rimar é preciso

errar é preciso
navegar também
por isso eu rimo

na vida
os efeitos daquilo que é feito

são sempre irreversíveis

versos inevitáveis

desfechos de trechos
emotivos
vórtices de lembranças fugidias


assim resgato tudo ao escrever
descrevo
sofrimentos,
relato perdas, derrotas
,
alegrias, prazeres,
lágrimas e vitórias

são fotografias gravadas no meu cérebro
passando, circulando por entre nervos e retina
através da arte posso atingir
tingindo a forma que se imagina

nada mais tenho a pensar, não consigo sentir nada

e mesmo assim minha mão não se furta
a escrever, uma linha extensa, frase curta

seria compulsão, desespero, delírio ou paixão?
ainda não consegui explicar com clareza
que haja outra forma tão pura de expressão

capaz de me curar com tamanha presteza
das desventuras do amor, tristeza e perdão

meus dias nada tem de colorido

são mais sofridos, me castigam
com doses torturantes

os sete corpos do espírito
mortalmente feridos
e meu corpo maculado

prontamente anunciam
que nada será como antes


não é choro de perdedor ou tampouco desculpa esfarrapada
queria ser diferente, melhor, mais humano e mais nada
um emprego bacana, um amor eterno e sacana

aquele canto para chamar de meu, pequeno casebre

tudo que sonegue tanta dor, me sossegue por onde for

a real disso tudo é: não existe vitória fácil

tive a chance de ouro e a perdi, pois fui tolo
difícil lidar com isso, com a dor conviver
nada mais se mostra eficaz
é preciso, porém, sofrendo ou não
recuperar meu eu,
esteja onde estiver
fazendo o que for

nos seus braços enlaçados,

em beijos ardentes ou na troca de anéis
ao sabor das ondas, recupero a fé no bem

por isso creio que
navegar é preciso

e rimar também


rodrigo cruz

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