sábado, 22 de agosto de 2009

o tema é o título

não sei do que falar
nem tenho mais pelo que chorar
meu amor próprio é nulo
me confundo, me atiro fundo
o tempo todo
perdi lá, bem dentro em mim
meu maior tesouro

e sem sentir, sinto o vento passear
passando ao longo do meus corpos astrais
estremeço, faço tudo errado
trapaceio no momento inoportuno
brado quando devo calar
rio alto na hora de silenciar

me assusto como um gatuno desavisado
roubando, escondendo, aquilo que não é válido
escamoteando as respostas postas na mesa
sem a menor destreza
ginga ou malemolência

a inocência se esvaiu, a dor a superou
espero me retratar
com a caneta poder confessar
mudar as emoções de lugar
e assim me reinventar

ao ciclo da vida integrar
como um cone ou espiral
há algo em mim que cresce
continuamente até alcançar o alto

estou farto de mim mesmo
dos meus defeitos, de tanta covardia
da inveja, da raiva contida
e tanta falta de ousadia

mas não me restou outra saída
senão viver com coragem, valentia e sorte
amanhã estarei pior, depois melhor,
mais capaz, fraco ou forte
e assim, só por teimosia,
vivo desafiando a morte

2 comentários:

  1. Viver, simplesmente quebrar as regras banhadas de rotina e sorrir. Ser covarde é ser humano, ser feliz é anormal.
    Seja diferente, seja você

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  2. Tocou! Tocou fundo..
    Mto foda!

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