quarta-feira, 12 de agosto de 2009

considerações sobre a dor de amar


depois dessa madrugada, nada mais me importa
estava angustiado, realmente incomodado
até alguma parte perdida de mim dizer:
"não há de ser nada, isso passa, você está aprendendo"

"ainda há tempo..."

como assim, penso seu?
o amor me parece tão longe
sonhei, arrisquei, me doei
a esse translúcido sentimento me entreguei
e o que sobrou?

nem as sobras, sem sombra de dúvidas
de redenção, passou, nada restou
um irreversível verso, se mantém
o reverso desconexo do real

"mesmo assim, há tempo..."

para saber que a alma feminina não é algo que se entende
para aceitar como um coração partido como o meu nunca se rende
que, para transmutar a culpa, a verdade sempre prevalece
e arde, mesmo que tarde, até que o corpo desfalece

"sempre há tempo!"

para aceitar que promessas de amor,
mesmo as sinceras declarações
são palavras vãs, simples mentiras,
meros impulsos, convenções
se diluindo em súbito desalinho
ao sabor do vento
deixando como vestígios
apenas pranto e lamento

"(...) ainda sim, há tempo (...)"

para recomeçar, juntar os cacos,
o infinito em mim resgatar
fazer da vida poesia,
dos meus dias novas agonias
juro para mim mesmo

"tem que haver tempo"

a vida apenas começou
se você errou - sugere a tal voz perdida - reconheça, se perdoe
não tenha medo de tentar
arrisque-se, desacredite daquilo que lhe faz mal
saia do plano a
dirija na contramão
inove!

que tal olhar para o mundo com novos olhos?
é isso que eu desejo a partir de agora
vou atrás de um bálsamo
capaz de curar as feridas
do meu coração empedrado
não me sinto superior, mais inteligente, evoluído
é algo diferente, estou apenas desperto

"e por isso sempre haverá tempo..."

esse é o meu pacto com a eternidade

rodrigo cruz




Um comentário:

  1. muito bom cara!!
    gostei muito do seu texto.
    obrigado por ter entrado em meu blog(filosofiahendrix), por causa de seu comentário vou até voltar a escrever nele, pois estava a um tempo parado.

    ResponderExcluir

diz aí!