segunda-feira, 7 de setembro de 2009

dupla dose de delírios

olá, frequentadores deste modesto espaço.

espero que todos estejam bem e tenham muito mais para celebrar daqui p/ frente
como é de conhecimento de alguns, minha agenda vem sendo preenchida com inúmeras atividades, o que restringe o meu tempo hábil para criar, pesquisar e manter este blog atualizado como deveria e gostaria.

assim sendo, peço a todos que não deixem de acompanhar as novidades e continuem prestigiando este espaço, mesmo que demore um pouco mais para que surjam novas postagens.
após esta explicação, vamos ao que realmente importa, sem mais embromações:

AGONIA

"Agonizo se tento
Retomar a origem das coisas
Sinto-me dentro delas, e fujo
Salto para o meio da vida!

Como uma navalha no ar
Que se espeta no chão

Não posso ficar colado
À natureza, como uma estampa!
Nem representar- me no desenho que dela faço
Não posso!

Em mim nada está como é
Tudo é um tremendo esforço de ser"

João Apolinário





falha a razão, fala a poesia
através de gardênias ou gardenais
a cura vem logo mais

não há nada mais capaz
de me entreter ou manter preso
às ilusões coesas

está nascendo
num novo mundo
emergindo do caos
mais profundo
um novo líder
da verdade profana
que arde
queima no fundo
e aniquila a maldade

por onde virá a revolução?
(la revolucion)
ou revolusom?

não da parte dos poderosos
eméritos seres duvidosos
mas há de vir sim
direto dos pés dos esfarrapados,
pelas vozes dos loucos embriagados
dos delírios de pensadores maculados
e das mãos de artistas viciados

o peso do corpo morto
não sobrepuja a pujança da alma
com calma a recompensa
compensa
com tamanho esforço
me contorço
sem contorcer
acabo distorcendo
o todo e tudo
contudo
o resultado esperado
é incomensurável
inacreditável
tudo é possível

basta ver mais do que crer
chega de tamanha pasmaceira ou tanta fraqueza
é hora de acordar, a verdade enxergar

espero que não tarde
nunca é tarde para o fim
um novo ciclo, novos olhares
para pares coerentes, discursos divergentes
ou imponentes posturas descontentes

daqueles que se tolamente se agarram ao vento
fruto amargo de tantas certezas absolutas
resumo resultante de todos os postulados de imbecis convictos
pretensiosos, exultantes, pródigos em conquistas vãs
desde sempre nos teatros da vida invictos

porém derrotados no desempenho eficaz dos papéis
fiéis títeres especializados na mera reprodução
plenamente apegados ao papel de gado
sorridentes, felizes, encorpados, prontos para o abate

penso nisso e logo a certeza me bate
espanca, colérica, outros nobres sentimentos
sussurrando ao pé do ouvido
um calafrio estremece
meu espírito se debate

quem nasce para louco
nunca se conforma
com a forma trivial, débil, simples
sinais de aparente sanidade

ser normal, igual aos outros
aliviaria toda a dor
mas me deixaria infeliz,
castrado, resignado e frustrado
envergado em falsas verdades
vertendo lágrimas de sonhos perdidos
nunca mais alcançados

a resposta universal para qualquer dor sofrida
se debruça na aceitação do impossível na vida
é somente assim que percebo
seria o amor nosso único placebo?

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