terça-feira, 15 de abril de 2008

sobre cafés e cigarros!

confissões parte II

Sim, é preciso que eu admita
no meu âmago, bem no fundo de mim,
habita uma força bestial,
por vezes imoral,
quase maldita...

Sim, é chegado o fim de mais um dia
de uma louca jornada
na qual não vemos o desfecho
ou a reta de chegada

Mas a alma sofre, urra, tenta resistir
procura um último suspiro...
se agarrando a ele como o vampiro
sedento que captura sua presa
(ou como um pária em busca de abrigo)

O corpo reclama,
reluta,
ordena que a mente o escute...
começa então uma intensa disputa

Entre desejos e necessidades
paixões eternas e devaneios familiares
palavras acordadas e ordens descumpridas

Os três
(corpo, mente e alma)
acabam reconhecendo
a necessidade de um consenso
quando os três discordam
ninguém sai ganhando

Para a harmonia prevalecer,
todos os impulsos devem reconhecer

Que algumas vontades
se colocam
acima de vaidades

Que a arrogância alimenta
a cobiça, a tirania do ego

Ao qual me apego
por mera comodidade

Na verdade a questão é uma só
Porque é tão difícil estar só?

Como sentir tamanha solidão
nos braços da multidão?

Como viver
sem se render?

Como vencer a guerra
sem uma causa a defender?

Como aprender a morrer e renascer?
sem compreender a importância de perder

o juízo, a arrogância,
para sair da infância do ego
sim, é isso que eu espero


Nenhum comentário:

Postar um comentário

diz aí!