terça-feira, 5 de agosto de 2008

voyeur (1a versão)


pela janela eu te observo
me enervo com tamanha distância
meu pensamento sugere uma fragrância
para cada um dos seus poros, do seu sexo, do seu odor

seria isso uma tara ou o mais puro amor?
devaneio, deliro, enquanto imagino
e você nem desconfia, não sei se aprovaria
tamanho desejo manifesto dentro de mim

contido em um conjunto subatômico
com tanta força, rasgando a epiderme,
adentrando o tecido cardíaco
me transformando num ser quase biônico

escravizando minha vontade
me consumindo de verdade
esgotando a chance de viver
sem as tais migalhas de você

Rodrigo Cruz (05/08/08)

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