sem nome:
diz-me com quem andas
que dir-te-ei porque se escondes
diz-me com quem andas
que dir-te-ei porque se escondes
re-visão:
das sombras ao pó
as dúvidas contumazes são
as mazelas necessárias
para a maturidade
permitindo ao espírito
superar a derrota
suportando então
todas as formas de decepção
alcançando assim
a redenção
apenas por um motivo:das sombras ao pó
as dúvidas contumazes são
as mazelas necessárias
para a maturidade
permitindo ao espírito
superar a derrota
suportando então
todas as formas de decepção
alcançando assim
a redenção
risco letras por nada
sinto falta do que nunca vivi
ávido por novidades
sigo em um duelo com o desconhecido
procuro, encaro, enfrento
desafios / conquistas / derrotas / amores
companheiros de jornada
mas bem sei que
no fundo, afinal
o final é sempre assim
esgrimindo sozinho
(eu e minha mente)
esta história se dá por encerrada
(in) justiça social:
ao flanar por uma rua estreita
avisto um mendigo, caminhando trôpego em sentido oposto
o mendigo me encara com suas roupas puídas e mal ajambradas
mas eu, confuso, com meu tenis de grife, casaco importado e perfume francês
rapidamente desvio o olhar
assim nos cruzamos e seguimos nossos caminhos
após esse curto incidente, me pergunto:
qual alma estaria mais limpa?
ao flanar por uma rua estreita
avisto um mendigo, caminhando trôpego em sentido oposto
o mendigo me encara com suas roupas puídas e mal ajambradas
mas eu, confuso, com meu tenis de grife, casaco importado e perfume francês
rapidamente desvio o olhar
assim nos cruzamos e seguimos nossos caminhos
após esse curto incidente, me pergunto:
qual alma estaria mais limpa?
ciclos (anti)naturais:
sou eminentemente noturno
e preciso do sol
mas não reflito nada
o ar rarefeito rareia
enquanto rateio o tempo
a vida por mim passeia
categorias líricas de sacrifício:
para uns, escrever é um dilema
outros declamam com lânguida emoção
há sempre os esmerados catedráticos
destrinchando cada linha e verso
para mim é isso tudo e muito mais
há algo além que é deveras complexo
tem o seu quê de ritual, exorcismo, dor
meu sagrado ofício
rebelião:
nada tenho a acrescentar
não saberia pelo que lutar
nesse mundo conturbado
não há maior revolução explodindo
do que aquela eclodindo
aqui dentro de mim
nada tenho a acrescentar
não saberia pelo que lutar
nesse mundo conturbado
não há maior revolução explodindo
do que aquela eclodindo
aqui dentro de mim
a-identidade: (v-beta)
uns me olham com ironia
me ofendem
achando graça
já outros fazem troça
não sou boleiro, playboy
neo-hippie ou maloqueiro
quem sabe rimador ou ator?
é difícil saber
talvez pela timidez inata
deste ser atormentado
instigado por estímulos
imediatos, instantâneos
que pautam meus
atos, relatos e contatos
com o mundo
com os outros
com a vida
contigo
há alguma dúvida?
você duvida?
" Não podes ver o que és.
O que vês é a tua sombra."
(Rabindranath Tagore)
O que vês é a tua sombra."
(Rabindranath Tagore)
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